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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


Por André Miranda


Com a popularização de ferramentas para produção e venda de ebooks e o sucesso de obras lançadas sem mediação de grandes editoras, escritores investem na autopublicação, que dá nova cara ao mercado, inclusive no Brasil, onde a Amazon começou suas operações há duas semanas

Até o meio da semana, a segunda posição da lista de ebooks mais vendidos pela Amazon nos Estados Unidos era ocupada por “Stop the wedding!”, romance da americana Stephanie Bond. O livro, sobre como uma advogada e um investidor tentam impedir seus pais de se casarem mas acabam se apaixonando, foi lançado em novembro. Ele não existe em versão física e, até o momento, não está à venda em outro lugar que não seja o site da Amazon. Sua editora é uma tal NeedtoRead Books, casa que tem em seu catálogo 16 livros. Todos de Stephanie Bond. O que a autora tem feito é utilizar os recursos da Amazon para lançar seus próprios livros, sem a necessidade de uma grande editora como intermediária. Ela é um dos mais recentes exemplos da popularização de uma prática que está transformando o mercado editorial: a autopublicação.

Casos como o de “Stop the wedding!” vêm se repetindo. Ao longo de 2012, foi comum a inclusão, na lista de mais vendidos do jornal “The New York Times”, de livros lançados pelos próprios autores. Foram obras como “Slammed”, de Collen Hoover, “Playing for keeps”, de R.L. Mathewson, ou “Training Tessa”, de Lyla Sinclair. Elas existem porque a Amazon tem um sistema que permite a qualquer pessoa colocar um ebook à venda no site. Em geral, são livros baratos (“Stop the wedding!”, por exemplo, custa US$ 0,99), com temas que “variam” da comédia romântica ao drama romântico, com especial destaque para o erotismo romântico — a sensação do ano, a trilogia erótica “Cinquenta tons de cinza”, de E.L. James, foi publicada pela primeira vez pela própria autora num fórum de fãs de “Crepúsculo”, antes de a editora Vintage Books lançá-la nos moldes tradicionais.

Mas há livros de turismo, acadêmicos, de fantasia ou reportagens sendo “autopublicados” com sucesso, inclusive no Brasil, onde a Amazon começou suas operações há duas semanas. Eles representam uma democratização no acesso a um mercado antes restrito (qualquer desconhecido que já tentou publicar um livro por uma editora sabe da dificuldade que é ter seus originais aceitos) e um desafio para as editoras.

— Com a autopublicação, qualquer um, empresa, universidade ou autor, pode se tornar sua própria editora. Se as grandes casas editoriais não se mexerem, elas certamente serão afetadas por esse panorama — afirma Harald Henzler, diretor-geral da empresa alemã de consultoria para negócios digitais Smart Digits.

A história da autopublicação remonta às origens do mercado editorial. No século XIX, era comum autores que depois teriam sucesso bancarem a publicação de seus próprios livros. No século XX, mimeógrafos foram constantemente utilizados para a reprodução de livros de escritores que não conseguiam contratos com editoras ou não tinham autorização para lançar suas obras por questões políticas. Com a popularização da internet, há pouco mais de uma década, jovens autores lançaram romances em sites ou blogs. Mas o que todos queriam mesmo era um contrato com uma editora, o que possibilitaria que um livro chegasse a uma grande livraria com destaque, tivesse uma divulgação organizada e, por consequência, ganhasse mais leitores.

A diferença, hoje, é que se pode ter tudo isso por conta própria, até mesmo de uma maneira profissional. Na esteira do serviço de autopublicação da Amazon, surgiram empresas que oferecem aos autores um pouco da expertise de uma editora. Antes de pensar em lançar seu livro, o autor pode contratar a revisão, a produção da capa, a conversão do texto para o formato digital e até mesmo a edição do texto. Um livro autopublicado pode, sim, ter um tratamento tão bom quanto o oferecido por uma editora tradicional. O que ele não vai ter é a marca. E isso, para muita gente, ainda faz diferença.

— A editora sempre vai ter um peso, ao menos o peso da credibilidade — diz Ana Paula Maia, que, antes de se tornar uma escritora reconhecida, já pagou parte da publicação de “O habitante das falhas subterrâneas” em 2003, pela 7Letras (o livro será relançado na semana que vem pela editora Oito e Meio) e também publicou um romance inteiro num blog (“Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos”, de 2006, posteriormente lançado pela editora Record). — Existe um valor grande agregado a uma grande editora. Ela indica para os leitores um padrão de qualidade, mas o que também não quer dizer que você é um grande autor só por estar numa editora. Neste mundo novo, acho que a editora vai ter um papel mais opinativo. Não vai ditar mais as regras, mas vai ser um filtro.



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